domingo, 1 de janeiro de 2012

OXUM



ORA YE YEO FIDEROMAN!!!

Esta home-page é feita em homenagem à meu querido zelador: Júnior da Oxum.

Meu paizinho, espero que goste...

Que Oxum, Odé e Omolú continuem lhe iluminando a cada dia mais e mais, neste momento tão especial de sua vida.

Sua bênçao...

Aos que visitam este site, espero que gostem, ele ainda está em construção, e embora tenha novidades, em breve teremos muitas outras lendas e fotos.

Kolofé!

Juliana de Obaluaye

Lendas & Comentários

CONVERSA ENTRE OBATALÁ E OXUM

Conversa de Orixás...

Obatalá... Espera, Oxum! Não posso interferir no processo de vida e morte, mas tenho, como tu mesma tens poderes para criar e consagrar símbolos que perpetuem um ser. Que o represente em qualquer situação e que possa ser renovado constantemente. Um símbolo vivo de alguém que já morreu!

E este símbolo deverá participar de todos os rituais em nossa honra! E representará, com sua presença, não só a presença de seu pupilo, como também de todos aqueles que um dia receberam o sagrado OXU, que estabelece a aliança firmada entre o iniciado e seu Orixá! Um símbolo que possa representar também a Terra, onde habitam seus corpos depois de levados por IKU!

A GALINHA D'ANGOLA gritaram todos em unissono.

Oxum providenciou, imediatamente, uma galinha d'angola, que naquele tempo era inteiramente preta, e Obatalá lá soprou sobre ela pó de efun, pintalgando-a de branco, como hoje ela é. Oxum, então, modelou, com manteiga de orí da Costa, um cone ao qual acrescentou diversos componentes mágicos, e fixo-o sobre a cabeça da ave, dando a ela o status de ODOXU (aquele que possui OXU), que distingue os iniciados no Culto dos Orixás.

OBATALÁ sentenciou: A partir desse dia, serás representado, em todos os rituais, por ETU, a galinha d'angola. Qualquer ritual em que ela não estiver presente, não será por nós validado. Esta ave é, a partir de agora o símbolo dos iniciados do qual foste o precursor e , por isso nascerá provida de OXU e da pintura de efun que é feita em minha honra!

É por isso que, ainda hoje, a galinha d'angola deve estar presente em todas as cerimonias em honra aos Orixás, e uma parte dela compõe o OXU, que é colocado sobre a cabeça do neófito na hora de sua iniciação.

Trecho do livro - Igbadu - A Cabaça da Existência ( Adilsom de Oxalá)

A Galinha D'Angola ( J. Flavio P. de Barros)

ÌTAN DE ÒSUN

Nigbá tí àun ó sì mo bò láti òdò Olódùmaré un ló kó okú omo lé lówó wípé eni tí òrìsà bá sèdá kalè tán, bi Òsun yò se móo pin omo fun gbogbo àwon tí omo

kò bá fé gba inú won wáyé. Àti bí omo bá nwá ninú, eni ti ó mo se itójú rè

ti kò fi ní í móo rí ìdàànú títí o fi móo wáyé. Tó bá sì wà sí ayé nàá,

nígbà tí kò tíi ní òye tí kòì tí mò èdèé fò, gbogbo ònà àwòyè rè Òsun ni wón

kó okùn omo lé lowo. Kò sì gbodò binú enìkan pé elèyí ni òtá mi, kò ye kó

bimo tàbi elèyi ni òré mi. Isé ti won rán Òsun oùn nìyí, àun ni Ìyàmi àkókó,

òun si ni Olùtójúu àwon omo láti nú títí di ìgbá ti yi ni òye táà ñ pè ní

àwòyè Òsun ni álàwòyé omo. Bi Òsun ò ti se gbogbo bá enìkan sòtá nìyì.

VERSO DE ÒSUN

No tempo da criação, quando Òsun estava vindo das profundezas do òrun, Olódùmaré confiou-lhe o poder de zelar por cada uma das crianças criadas por Òrisà (Oxàlà), que iriam nascer na terra. Òsun seria a provedora de crianças. Ela deveria fazer com que as crianças permanecessem no ventre de suas mães, assegurando-lhes medicamentos e tratamentos apropriados para evitar abortos e contratempos antes do nascimento, mesmo depois de nascida a criança, até ela não estar dotada de razão e não estar falando alguma língua, o desenvolvimento e a obtenção de sua inteligência estariam sob os cuidados de Òsun. Ela não deveria encolerizar-se com ninguém a fim de não recusar uma criança a um inimigo e dar gravidez a um amigo. A tarefa atribuida a Òsun transforma-a na primeira Ìyá-mí, encarregada de ser a Olùtójú awon omo (aquela que vela por todas as crianças) e a Álàwòyè Omo (aquela de cura as crianças). Òsun não deve vir a ser inimigo(a) de ninguém.

Òsun é a divindade do rio òsun em Ìjèsà na África, atravessando a cidade de Òsogbo onde lá existe seu principal culto, atravez do Atáója. (esse o Obá da cidade).

Conta-se que o primeiro Obá de Osogbo estava as margens do rio òsun, quando esse pedia proteção e auxilio para vários problemas, foi quando um peixe pulou sobre seu colo e "cuspiu-lhe" àgua, vontando para o rio novamente. Sobre seu filá ficou depositado tal água que ele bebeu afixiadamente. Após tal ato grande parte de seus problemas foram resolvidos e apartir de então ele, lá, aos pés de uma arvoré criou o primeiro templo de Òsun, e transformou-se em "A-tewo-gbaeja", abreviando Atáója - aquele que aceita o peixe.

Òsun, associada a procriação e a fertilidade, dona das águas doces e protetora de todas as crianças.

Obs.: Texto extraido do livro "OS NAGO E A MORTE"

Conta-nos uma lenda, que Òsùn queria muito aprender os segredos e mistérios da arte da adivinhação, para tanto, foi procurar Èsù, para aprender os princípios de tal dom.

Èsù, muito matreiro, falou à Òsùn que lhe ensinaria os segredos da adivinhação, mas para tanto, ficaria Òsùn sobre os domínios de Èsù durante sete anos, passando, lavando e arrumando a casa do mesmo, entroca ele a ensinaria.

E, assim foi feito, durante sete anos Òsùn foi aprendendo a arte da adivinhação que Èsù lhe ensinará e consequentemente, cumprindo seu acordo de ajudar nos afazeres domesticos na casa de Èsù.

Findando os sete anos, Òsùn e Èsù, tinham se apegado bastante pela convivência em comum, e Òsùn resolveu ficar em companhia desse Òrìsà.

Em um belo dia, Sàngó que passava pelas propriedades de Èsù, avistou aquela linda donzela que penteava seus lindos cabelos a margem de um rio e de pronto agrado, foi declarar sua grande admiração para com Òsùn.

Foi-se a tal ponto que Sàngó, viu-se completamente apaixonado por aquela linda mulher, e perguntou se não gostaria de morar em sua companhia em seu lindo castelo na cidade de Oyó ? Òsùn regeitou o convite, pois lhe fazia muito bem a companhia de Èsù.

Sàngó então irrado e contradito, sequestrou Òsùn e levou-a em sua companhia, aprisionando-a na masmorra de seu castelo.

Èsù, logo de imediato sentiu a falta de sua companheira e saiu a procurar, por todas as regiões, pelos quatro cantos do mundo sua doce pupíla de anos de convivência.

Chegando nas terras de Sàngó, Èsù foi surpreendido por um canto triste e melancólico que desvinha da direção do palácio do Rei de Oyó, da mais alta torre. Lá estava Òsùn, triste e a chorar por sua prisão e permanencia na cidade do Rei.

Èsù, esperto e matreiro, procurou a ajuda de Òrùnmílá, que de pronto agrado lhe sedeu uma poção de transformação para Òsùn desvencilhar-se dos dominíos de Sàngó.

Èsù, atravez da magia pode fazer chegar as mãos de sua companheira a tal poção.

Òsùn tomou de um só gole a poção mágica e transformou-se em uma linda pomba dourada, que voôu e pode então retornar em companhia de Èsù para sua morada.

ARQUÉTIPO

(Do livro "Orixás - Pierre Fatumbi Verger - Editora Corrupio")

O arquétipo de Oxum é o das mulheres graciosas e elegantes, com paixão pelas jóias, perfumes e vestimentas caras. Das mulheres que são símbolos do charme e da beleza. Voluptuosas e sensuais, porém mais reservadas que Oiá. Elas evitam chocar a opinião pública, à qual dão grande importância. Sob sua aparência graciosa e sedutora escondem uma vontade muito forte e um grande desejo de ascensão social.

Lenda de Oxum - Pierre Fatumbi Verger

OXUN (Do livro "Lendas Africanas dos Orixás de Pierre Fatumbi Verger e Carybé - Editora Currupio) Orê Yeyê ô! Oxum era muito bonita, dengosa e vaidosa. Como o são, geralmente, as belas mulheres. Ela gostava de panos vistosos, marrafas de tartaruga e tinha, sobretudo, uma grande paixão pelas jóias de cobre. Este metal era muito precioso, antigamente, na terra dos iorubás. Sí uma mulher elegante possuía jóias de cobre pesadas. Oxum era cliente dos comerciantes de cobre. Omiro wanran wanran wanran omi ro! "A água corre fazendo o ruído dos braceletes de Oxum!" Oxum lavava suas jóias, antes mesmo de lavar suas crianças. Mas tem, entretanto, a reputação de ser uma boa mãe e atende às súplicas das mulheres que desejam ter filhos. Oxum foi a segunda mulher de Xangô. A primeira chamava-se Oiá-Iansã e a terceira Obá. Oxum tem o humor caprichoso e mutável. Alguns dias, suas águas correm aprazíveis e calmas, elas deslizam com graça, frescas e límpidas, entre margens cobertas de brilhante vegetação. Numerosos vãos permitem atravessar de um lado a outro. Outras vezes suas águas, tumultuadas, passam estrondando, cheias de correntezas e torvelinhos, transbordando e inundando campos e florestas. Ninguém poderia atravessar de uma margem à outra, pois ponte nenhuma as ligava. Oxum não toleraria uma tal ousadia! Quando ela está em fúria, ela leva para longe e destrói as canoas que tentam atravessar o rio. Olowu, o rei de Owu, seguido de seu exército, ia para a gerra. Por infelicidade, tinha que atravessar o rio num dia em que este estava encolerizado. Olowu fez a Oxum uma promessa solene, entretanto, mal formulada. Ele declarou: " Se voce baixar o nível de suas águas, para que eu possa atravessar e seguir para a guerra, e se eu voltar vencedor, prometo a você nkan rere", isto é, boas coias. Oxum compreendeu que ele falava de sua mulher, Nkan, filha do rei de Ibadan. Ela Baixou o nível das águas e Olowu continuou sua expedição. Quando ele voltou, algum tempo depois, vitorioso e com um espólio considerável, novamente encontrou Oxum com o humor perturbado. O rio estava turbulento e com suas águas agitadas. Olowu mandou jogar sobre as vagas toda sorte de boas coisas, as nkan rere prometidas: tecidos, búzios, bois, galinhas e escravos. Mel de abelhas e pratos de mulukun, iguaria onde suavemente misturam-se cebolas, feijão fradinho, sal e camarões. Mas Oxum devolveu todas estas coisas boas sobre as margens. Era Nkan, a mulher de Olowu, que ela exigia. Olowu foi obrigado a submeter-se e jogar nas águas a sua mulher. Nkan estava grávida e a criança nasceu no fundo do rio. Oxum, escrupulosamente, devolveu o recém-nascido dizendo: "É Nkan que me foi solenemente prometida e não a criança. Tome-a!". As águas baixaram e Olowu voltou tristemente para sua terra. O rei de Ibadan, sabendo do fim trágico de sua filha, indignado declarou: "Não foi para que ela servisse de oferenda a um rio que eu a dei em casamento a Olowu!" Ele guerreou com o genro e o expulsou do país. O Rio Oxum passa em um lugar onde suas águas são sempre abundantes. Por esta razão é que Larô, o primeiro rei deste lugar, aí instalou-se e fez um pacto de aliança com Oxum. Na época em que chegou, uma de suas filhas fôra se banhar. O rio a engoliu sob as águas. Ela só saiu no dia seguinte, soberbamente vestida, e declarou que Oxum a havia bem acolhido no fundo do rio. Larô, para mostrar sua gratidão, veio trazer-lhe oferendas. Numerosos peixes, mensageiros da divindade, vieram comer, em sinal de aceitação, os alimentos jogados nas águas. Um grande peixe chegou nadando nas proximidades do lugar onde estava Larô. O peixe cuspiu água, que Larô recolheu numa cabaça e bebeu, fazendo, assim, um pacto com o rio. Em seguida ele estendeu suas mãos sobre a água e o grande peixe saltou sobre ela. Isto é dito em iorubá: Atewo gba ejá. O que deu origem a Ataojá, título dos reis do lugar. Ataojá declarou então: "Oxum gbô!" "Oxum esta em estado de maturidade, suas águas são abundantes." Dando origem ao nome da cidade de Oxogbô. Todos os anos faz-se, aí, grandes festas em comemoração a todos estes acontecimentos.



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