domingo, 1 de janeiro de 2012

ESU


A palavra “Exu” significa, em ioruba, “esfera”, aquilo que é infinito, que não tem começo nem fim. Exu é o principio de tudo, a força da criação, o nascimento, o equilíbrio negativo do Universo, o que não quer dizer coisa ruim. Exu é a célula mater da geração da vida, o que gera o infinito, infinita vezes.
É considerado o primeiro, o primogênito; responsável e grande mestre dos caminhos; o que permite a passagem o inicio de tudo. Exu é a força natural viva que formenta o crescimento. É o primeiro passo em tudo. É o gerador do que existe, do que existiu e do que ainda vai existir.
Exu está presente, mais que em tudo e todos, na concepção global da existência. É a capacidade dinâmica de tudo que tem vida. Principalmente dos seres humanos que carregam, em seu plexo, o elemento dinâmico denominado Exu.
É aquilo que no candomblé chamamos de Bára, ou seja “no corpo”, preso a ele. É o que nos dá capacidade de agir, andar, refletir, idealizar. Sem o elemento Bára, a vida sadia é impossível. Sem ele, o homem seria excepcional, retardado, impossível de coordenar e determinar suas próprias atitudes e caminhos de vida..
Realmente, Exu está presente em tudo. E damos como exemplo inicial a concepção da geração da vida. O membro ereto do macho tem a presença de Exu- aliás, em terras da África, o membro rijo é o símbolo da vida, o símbolo de Exu - ; a penetração na fêmea, tema a regência de Exu; a ejaculação é coordenada por Exu; o percurso do espermatozóide dentro da fêmea, é regido por Exu; também na fecundação do óvulo Exu está presente. E quando a primeira célula da vida esta formada, a presença de Exu se faz necessária. Já na multiplicação da célula, a regência passa por Oxum, que vai reger o feto até o nascimento.
Exu também está presente no calor, no fogo, na quentura. Presente se faz nos lugares poucos arejados, nos lugares onde existem multidões, nos ambientes fechados e cheios.
Exu está na alteração do ânimo, na discussão, na divergência, no nervosismo. Está presente no medo, no pavor, na falta de controle do ser humano. Também está perto na gargalhada, no riso farto, na alegria incontida. Para nós brasileiros, amantes do futebol, Exu está presente no grito de “gol”, que soltamos de forma feliz e nervosa. É o desprendimento do nervosismo contido no peito.
Exu é a velocidade, a rapidez do deslocamento. É a bagunça generalizada e o silêncio completo. Diz-se que Exu é a contradição. É o sim e o não; o ser e o não ser. Exu é a confusão de idéias que temos. É a invenção, descoberta. Exu é o namoro, é o desejo, é o sentimento de paixão desenfreadas e é também o desprezo. Exu é a voz, o grito, a comunicação. É a indignação e a resignação. É a confusão dos conceitos ba´sico. Aquele que ludibria, engana, e confunde; mas também ajuda, dá caminhos, soluciona. É aquele que traz dor e a felicidade.
Para se ter uma noção do comportamento e da regência paradoxal de Exu, cito um de seus Orikis (versos sarados), que diz;
“ Exu matou um pássaro ontem, com a pedra que jogou hoje”
Assim, pode-se ter uma idéia exata de quem Exu é, como é, e como rege as coisas. Ele esta presente em tudo..... em nada.
Exu esta presente no consumo de substâncias tóxicas, no álcool, na droga, no fumo. Ele é o sólido, o liquido e o gasoso. Está nas conversas de esquinas, de bares, de restaurantes, de praças. Está na aceitação ou recusa de qualquer coisa.
Está presente também nas refeições, pois ele é quem rege o ato de mastigar e engolir. A gula é atributo de Exu. Está no coito, no prazer sexual, na preguiça; mas também está presente na disposição, na energia, sem querer com isso carregar peso, pois Exu não gosta de carregar peso. Outro Oriki fala claramente sobre esta sua particularidade:
“ Xonxô obé, odara kolori erú”
“ A lâmina (sobre a cabeça) é afiada; ele não tem cabeça para carregar fardos”
Exu é tudo isso e mais. Fogo é o seu elemento, mas a Terra e o Ar são bem conhecidos de Exu. É a presença constante!
Mitologia
Exu é filho de Iemanjá e irmão de Ogun e Oxossi. Dos três é o mais agitado, capcioso, inteligente, inventivo, preguiçoso e alegre.É aquele que inventa historias, cria casos e o que tentou violar a própria mãe.
Numa de suas muitas histórias, podemos entender exatamente suas capacidade inventiva, sua conduta maquiavélica e sua maneira pratica de resolver seus assuntos e saciar seus desejos.
Conta-se que dois grandes amigos tinham, cada um deles,um pedaço de terra, dividido por uma cerca. Diariamente os dois iam trabalhar, capinando e revirando a terra, para plantio.Exu, interessado nas terras, fez a proposta para adquiri-las, o que foi negado pelos agricultores. Aborrecido, mas determinado a possuir aqueles dois terrenos, Exu procurou agir. Colocou na cerca um boné. De um lado branco, de outro vermelho. Naquela manhã, os amigos lavradores chegaram cedo para trabalhar a terra e viram o boné na cerca. Um deles via o lado branco e outro o lado vermelho.
Em dado momento, um dos amigos pergunto: - “O que este boné branco faz em minha cerca?” Ao que o outro retrucou: - “Branco? Mas, o boné é vermelho!”
- Não, não, amigo. O boné é branco, como algodão!
- Não, não é mesmo! É vermelho como o sangue!
- Não sei como você pode ver vermelho, se é branco, está louco?
- Não, o louco é você, que vê branco, se a coisa é vermelha!
Bem, daí desencadeou-se a maior discussão, até chegarem à luta corporal. E com as mesmas ferramentas de trabalho, mataram-se.
Exu, que de longe assistiu a tudo, esperando o desfecho já imaginado por ele, aproximou-se e assumiu a posse das terras, não sem antes fazer um comentário, bem ao seu estilo:
- Mas que gentes confusas, que não consegue solucionar problemas tão simples!
Esse é o tipo de Exu!
Não quero passar a impressão de que se trata de uma coisa ruim, má, mas Exu é nosso próprio interior, é a nossa intimidade, o nosso poder de ser bom ou mau, de acordo, com nossa própria vontade. Exu é o ponto mais obscuro do ser humano e é, ao mesmo tempo, aquilo que existe de mais óbvio e claro.
Assim é Exu, Senhor dos caminhos, pai da verdade e da mentira. O Deus da contradição, do calor, das estradas, do princípio ativo de vida. O mestre de tudo... e nada!
Dados
Dia: Segunda Feira
Data: Não existe especificamente, pois todos os dias são de Exu.
Metal: Não tem, sua matéria é a terra, pois nasceu da terra em forma de pênis.
Cor: Preto e Vermelho
Partes do Corpo: Sensações de sede e de fome, cavidade do Ori (cabeça), cavidade do útero, atividade sexual (não da atividade procriadora, da fecundação, pois ele é o resultado, o descendente), placenta fecundada, os pés (bola dos pés), uma parte do fígado (a outra é de Oya).
Comida: Sangue de bode, galos, galinhas, farofa de azeite de dendê, carnes mal passadas, pimenta e bebidas alcoólicas.
Arquétipos: magros, altos, sorridentes, extrovertidos demais, alegres, ambiciosos, com fé na vida, esperançosos para melhorar, positivo.
Símbolos: Ogo (bastão cheio de tranças de palha numa ponta com cabaças dependuradas, nas quais ele traz suas bebidas. O Ogo é todo enfeitado de búzios).

OGUM



É o Orixá Senhor das contendas, deus da guerra. Seu nome, traduzido para o português, significa luta, briga, batalha. É a divindade da metalurgia, do ferro, aço e outros metais fortes. Ogun é a força incontrolável e dominadora, do movimento, do choque. Patriarca dos exércitos, dono das armas. Ogum é o poder do sangue que corre nas veias. Orixá da manutenção da vida.
Como Exu, Ogum está presente no calor, na ira, no ódio, na cólera. Está presente nas batalhas, brigas, empurrões, na vontade de exterminar. É um Orixá, uma força da Natureza que se faz presente nos momentos de impacto e nos momentos fortes.
O encantamento de Ogun, aquilo que gera sua presença, se faz, como disse antes, nos momentos de impacto, tais como o choque entre dois objetos de metal; uma colisão no ar, no mar e na terra; no estrondo de algo pesado caindo ao chão. Seu encanto está na explosão, no derramamento do ferro fundido.
No dia a dia vamos encontrar esta força denominada Ogun nos estaleiros, nas oficinas de lanternagem, nos ferreiros, nos quartéis, no disparo de uma arma, no ato de se afiar uma lâmina, no trabalho com um serrote, no choque do martelo fincando um prego na parede, no despertar de um relógio, num grito de raiva na dor aguda.
A faca que penetra na carne, a bala que fura a carne, faz o encantamento da força da Natureza, Ogun. É o orixá do impacto, da detonação. O sangue que corre em nosso corpo é um fenômeno regido por Ogun. A vida mantida acesa num ser, é regida por Ogun, Orixá da defesa e da guerra, ele pode até evitar uma briga, mas gosta de lutar e é imbatível.
Ogun também é a viagem, a estada longe, os veículos. Ogun é a jornada, a empreitada, a luta do dia a dia.. É a estrada de ferro, o impacto do trem nos trilhos. Ele é o próprio trem... ele é o próprio trilho.
Considerando como um Orixá impiedoso e cruel, ele pode até passar essa imagem, mas sabe ser dócil e amável. No candomblé é o grande general, marechal e todas as lutas, o grande guardião, pai rígido e severo, mas apaixonado e compreensível.
Ogun é franqueza, a decisão, a convicção, a certeza, o fato consumado, as vias de fato. Ogun é o empilhamento de metais, a bateria que gera a energia, a pilha; é a própria energia, vibrante, incontrolável, devastador, Ogun é a vida em sua plenitude.
Ogun também está presente nas construções, nas edificações, no cimento que vai unir tijolos e construir casas. Ogun é a muralha, o obstáculo difícil de ser vencido. É o amianto, o aço, o ferro, a bauxita, o manganês, o carvão mineral, a prata, o ouro maciço, o diamante em estado bruto.Ele é também a lapidação, o aparelho cirúrgico, o aparelho dentário, o próprio dente. É o ato de cortar, morder, devorar, sem piedade e com a negritude da fome. Ogun também é o zinco, o cobre, o alumínio, o parafuso, o prego, a mola, a viga, a estrutura, o concreto, a dureza, a firmeza.
Mitologia
Ogun é filho de Iemanjá e irmão mais velho de Exu e Oxossi. Por este ultimo nutre um enorme sentimento, um amor de irmão verdadeiro e poderoso, capaz de matar e aniquilar quem puser em risco a tranqüilidade de seu mano Oxossi. Há quem diga, até, que Ogun zela mais pelos filhos de Oxossi que pelos seus próprios, tal é o sentimento que ele tem pelo irmão.
Ogum era um caçador, tranqüilo, calmo, pacato. Bom filho, bom irmão, atencioso e trabalhador. Era ele quem provia sua casa e família, pois Exu gostava de viajar pelo mundo. Oxossi, ao contrario, era mais descansado e contemplativo. Como irmão mais velho, então Ogun cuidava da caça, dos concertos, etc. Mas, dentro de seu coração, existia um enorme desejo em “ganha o mundo”, como seu irmão Exu.
Num belo dia, ao voltar de uma exaustiva caçada, Ogun viu sua casa e família ameaçada por guerreiros de terras distantes. Ao ver a casa em chamas e seus entes queridos clamando por socorro, Ogun tomou-se de ira e, sozinho, cheio de ódio, arrasou com os agressores, não deixando um só de pé.
Daí por diante Ogun iniciou Oxossi na arte das caça; mostrou-lhe os caminhos e trilhas da floresta e lhe disse:
- Sempre que estiveres em perigo pense no seu irmão. Onde eu estiver voltarei para defendê-lo.
Aproximou-se de Iemanjá e se despediu:
- Mãe, preciso ir. Preciso vencer e conquistar. Está no meu sangue, essa é a minha vontade.
Desta forma, Ogun partiu e tornou-se o maior guerreiro do mundo. Mesmo sem exercito, vencia todos os exércitos, conquistando tudo aquilo que queria. Ogun se tornou a vitória, a força da conquista.
Esse Orixá, de temperamento explosivo e coração quente, é a força da Natureza talvez mas temida e respeita. Ogun é o gás, a explosão, a guerra, o choque de dois carros, o ferro retorcido, a luta entre os homens e os animais. Ogun é a valentia, a bravura, a coragem, a estocada, a largada, a chegada vitoriosa.
Ogun também é o ciúme, o desabafo, a disputa. Senhor dos metais e incapaz de ser derrotado.
O elemento de Ogun é a terra, e dependendo das qualidades , ou sejam sua fundamentação, carrega também os elementos água e ar.
Quando você sentir seu pulso, seu coração batendo, tenha certeza, Ogun está presente. Quando sentir que seu sangue corre nas veias, pense com convicção. Ogun está presente. Enquanto sentir que existe vida dentro de si, saiba, Ogun a está mantendo e abençoado.
Dados
Dia: terça feira.
Data: 13 de junho
Metal: ferro
Cor: Azul Marinho e Verde
Parte dos corpo: mãos, sangue
Comida: feijoada e inhame
Arquétipos: impetuosos, autoritários, cautelosos, trabalhadores, desconfiado e um pouco egoísta
Símbolos: espada, faca e facão

YEMANJA


A majestade dos mares. Senhora dos oceanos, sereia sagrada, Iemanjá é a Rainha das águas salgadas, considerada como mãe de todos Orixás, regente absoluta dos lares, protetora da família. Chamada também como a Deusa das Pérolas, Iemanjá é aquela que apara a cabeça dos bebês no momento do nascimento.
Essa força da natureza também tem um papel muito importante em nossas vidas, pois é ela que vai reger nossos lares, nossas casas. É Iemanjá que vai dar o sentido de “família” a um grupo de pessoas que vivem debaixo de um mesmo teto. Ela é a geradora e personalidade ao grupo formado por pai, mãe e filhos, transformando-os num grupo coeso.
Iemanjá é o sentindo de educação que damos aos nossos filhos, os mesmos que recebemos de nossos pais, que aprenderam com nossos avós. Ela, Iemanjá, rege até o castigo, as sanções que aplicamos aos filhos. É o sentido básico, é a base da formação de uma família, aquela que vai gerar o amor do pai pelo filho, da mãe pelo filho, dos filhos pelos pais, transformando tais sentimentos num só, poderoso, imbatível, que se perpetuará.
Iemanjá é a família! Rege as reuniões de família, os aniversários, as festas de casamento, as comemorações que se fazem dentro da família. É o sentido da união, seja ligado, por laços consangüíneos, ou não.
Dentro do culto, numa casa de santo, Iemanjá também atua organizando e dando sentindo ao grupo, à comunidade ali reunida e transformando essa convivência num ato familiar; criando raízes e dependências; proporcionando o sentimento de irmão pra irmão em pessoas que há bem pouco tempo não se conheciam; proporcionando também o sentimento de pai para filho, ou de mãe para filho e vice-versa, nos casos do relacionamento do Babalorixás, ou Ialorixás como os Omo Orixás (filhos de Santo).
Iemanjá também está presente nas decisões, nos momentos de angústia e preocupação pelo ente querido, pois seus sentimentos geram os nossos, A necessidade de saber se aqueles que amamos estão bem, a dor pela preocupação, é uma regência de Iemanjá, que não vai deixar morrer dentro de nós o sentido de amor de amor ao próximo, principalmente em se tratando de um filho, filha, pai, mãe, outro parente, ou amigo muito querido. E estendemos isso, também, às comunidades da Religião.
Iemanjá é a preocupação e o desejo de ver aquilo que amamos a salvo, sem problemas. É a manutenção da harmonia do lar.
Está presente também no nascimento, pois é ela quem vai aparar a cabeça do bebê, exatamente no momento do seu nascimento. Se Exu fecunda e Oxum cuida da gestação, é Iemanjá quem vai receber aquela nova vida no mundo e entregá-la ao seu regente, que inclusive pode ser até ela mesma. Isto tem uma importância muito grande, no sentido e na visão da Cultura Africana, sobre a fecundação e concepção da vida humana. Iemanjá é a senhora dos lares, pois, desde o nascimento, ou a partir do nascimento, ela cuidará da família.
Daí o titulo de Iyá (mãe), melhor, Iyá – Ori (mãe da cabeça) e plasmadora de todas as cabeças; aquela que gera o Ori, que dá o sentido da vida e nos permite pensar, raciocinar, viver normalmente como seres pensantes e inteligentes.
Iemanjá está presente nos mares e oceanos. É a Senhora das águas salgadas e será ela que proporcionará boa pesca nos mares, regendo os seres aquáticos e provendo o alimento vindo de seu reino. Iemanjá é a onda do mar, o maremoto, a praia em ressaca, a marola, É ela quem controla as marés, é ela quem protege a vida no mar.
Mitologia
Filha de Olokun, Iemanjá nasceu nas águas. Teve três filhos: Ogum, Oxossi e Exu.
Conta a lenda que Ogum, o guerreiro, filho mais velho, partiu para as suas conquistas; Oxossi, que se encantara pela floresta, fez dela a sua morada e lá permaneceu, caçando; e Exu, o filho problemático, saiu pela mundo.
Sozinha Iemanjá vivia, mas sabia que seus filhos seguiam seus destino e que não podia interferir na vida deles, já que os três eram adultos.
Comentava consigo mesma:
- Ogum nasceu para conquistar. É bravo, corajoso, impetuoso. Jamais poderia viver num lugar só. Ele nasceu para conhecer estradas, conquistar terras, nasceu para ser livre. Exu, que tantos problemas já me deu, nasceu para conhecer o mundo e dos três é o mais inconstante, sempre preparado surpresas; imprevisível, astuto, capaz de fazer o impossível, também nasceu para conhecer o mundo. Oxossi, meu querido caçula, bem que tentei prendê-lo a mim, mas no fundo sabia que teria seu destino. Ele é alegre, ativo, inquieto. Gosta de ver coisas belas, de admirar o que é bonito e é um grande caçador. Nasceu para conhecer o mundo também e não poderia segurá-lo...
Iemanjá estava perdida em seus pensamentos quando viu que, ao longe, alguém se aproximava. Firmou a vista e identificou-o: era Exu, seu filho, que retornara depois de tanto tempo ausente. Já perto de seu mãe, Exu saudou-a e comentou:
- Mãe, andei pelo mundo mas não encontrei beleza igual à sua. Na conheci ninguém que se comparasse a você!
- O que está dizendo, filho? Eu não entendo!
- O que quero dizer é que você é a única mulher que me encanta e que voltei para lhe possuir, pois é a única coisa que me falta fazer neste mundo!
E sem ouvir a resposta de sua mãe, Exu tomou-lhe à força, tentando violentá-la. Uma grande luta se deu, pois Iemanjá não poderia admitir jamais aquilo que estava acontecendo. Bravamente, resistiu às investidas do filho que, na luta, dilacerou os seis da mãe. Enlouquecido e arrependido pelo que fez, Exu “caiu no mundo”, sumindo no horizonte.
Caída ao chão, Iemanjá entre a dor, a vergonha, a tristeza e a pena que teve pela atitude do filho, pediu socorro ao pai Olokun e ao Criador, Olorun. E, dos seus seios dilacerados, a água, salgada como a lágrima, foi saindo, dando origem aos mares.
Exu, pela atitude má, foi banido para sempre da mesa dos Orixás, tendo como incumbência eterna ser o guardião, não podendo juntar-se aos outros, na corte.
Iemanjá que, deste modo, deu origem ao mar, procurou entender a atitude do filho, pois ela é a mãe verdadeira e considerada a mãe não só de Ogum, Exu e Oxossi, mas de todo o panteão dos Orixás.
Dados
Dia: sábado;
Data: 2 de fevereiro;
Metal: prata e prateados;
Cor: branco transparente;
Partes do corpo: cabeça (inconsciente e equilibro mental), cérebro (comanda o corpo);
Comida: epo de milho branco, manjar branco com leite de coco e açúcar, acaçá, peixe de água salgada, bolo de arroz, mamão.
Arquétipo: voluntariosos, fortes, rigorosos, protetores, altivos e algumas vezes, impetuosos e arrogantes. Têm sentido de hierarquia, fazem-se respeitar, são justos e formais. Põem à prova as amizades que lhe são devotadas, custam muito a perdoar uma ofensa e, se perdoam, não esquecem jamais. Preocupam-se com os outros, são maternais e sérios. Sem possuírem a vaidade de Oxum, gostam do luxo, das fazendas azuis e vistosas, das jóias caras. Tem tendência a vida suntuosa, mesmo se as possibilidades não lhes permitem tal falso.
Símbolo: abebê branco.

OBA


Obá


É a princesa guerreira, Orixá feminino de Nagô (Iorubá), nascida de Orungá e do ventre de Yemanjá, depois de um incesto de Orugan. Em toda a África Obá era cultuada como a grande deusa protetora do poder feminino, por isso também é saudda como Iyá Agbá, e mantém estreitas relações com as Iya Mi. Era uma mulher forte, que comandava as demais e desafiava o poder masculino. Terceira mulher de Sàngó, depois de Oya e Osun. Considerada por alguns como a irmã de Iansã. Ela desafiou e venceu as lutas, sucessivamente contra Osalá, Sàngó e Orunmilá. Obá era uma mulher vigorosa e cheia de coragem. Faltava-lhe, talvez, um pouco de charme e refinamento. Mas ela não temia ninguém no mundo. Seu maior prazer era lutar. Seu vigor era tal que ela escolheu a luta e o pugilato como profissão. Obá saiu vencedora de todas as disputas que foram organizadas entre ela e diversos orixás. Ela derrotou Obatalá, tirou Oxossi de combate, deixou no chão Orunmilá. Oxumaré não resistiu à sua força. Ela desafiou Obaluaê e botou Exú prá correr. Guerreira, veste vermelho e branco, usa escudo e lança. Altiva, sombria e muito respeitada.

Obá é a representação dos ancestrais femininos, anciã e guardiã da sociedade Eleekô. Está associada à água e à cor vermelha. Representa o mais antigo e arcaico. Símbolo genitor, capaz de grandes sacrifícios próprios, lutadora, guerreira e companheira inseparável de L'Oya.

- Obasy, rio revolto

- Obasy, mística e idosa, com bons costumes, porém, grosseira.

- Obasy, mulher valente, orixá de uma orelha só.

- Obasy, quando em fúria transborda, agita-se.

Obasy é a senhora da sociedade elekoo, porém no Brasil esta sociedade está muito restrita, sendo assim, esta sociedade passou a cultuar egungun. Deste modo, obasy é a senhora da sociedade lesse-orixa.

Tudo relacionado a Obasy é envolto em um clima de mistérios, e poucos são os que entendem seus atos aqui no Brasil. Certas pessoas a cultuam como se fosse da família ji, ao passo que outras a cultuam como se fosse um Xangô fêmea. Obasy e ewa são semelhante, são primas e ambas possuem oro omi osun. Ela usa ofá (arco e flecha) assim como Ewa e ambas são identificadas também com Odé. Obasy usa a festa da fogueira de xangô para poder levar suas brasas para seu reino, desta forma é considerada uma das esposas de xangô mais fieis a ele.

OBA é ORIXÁ ligado a água, guerreira e pouco feminina. Suas roupas são vermelhas e brancas, leva um escudo, uma espada, uma coroa de cobre. Usa um pano na cabeça para esconder a orelha cortada. Conta e lenda que OBA, repudiada por XANGÔ

Lendas


... obá versus ogum

Seu maior prazer era lutar. Seu vigor era tal que ela escolheu a luta e o pugilato como profissão. Obá saiu vencedora de todas as disputas que foram organizadas entre ela e diversos orixás. Ela derrotou Obatalá, tirou Oxossi de combate, deixou no chão Orunmilá. Oxumaré não resistiu à sua força. Ela desafiou Obaluaê e botou Exú prá correr. Chegou a vez de Ogum! Ogum teve o cuidado de consultar Ifá, antes da luta. Os adivinhos lhe disseram para fazer oferendas, compostas de duzentas espigas de milho e muitos quiabos. Tudo pisado num pilão para se obter uma massa viscosa e escorregadia. Esta substância deveria ser depositada num canto do terreno onde eles lutariam. Ogum seguiu, fielmente, estas instruções. Na hora da luta, Obá chegou dizendo: "O dia do encontro é chegado". Ogum confirmou: "Nós lutaremos, então, um contra o outro". A luta começou. No início, Obá parecia dominar a situação. Ogum recuou em direção ao lugar onde ele derramara a oferenda. Obá pisou na pasta viscosa e escorregou. Ogum aproveitou para derrubá-la. Rapidamente, libertou-se do seu pano e a possuiu ali mesmo, tornou-se, dessa maneira, seu primeiro marido.
... obá enganada por amor

Mais tarde, Obá tornou-se a terceira mulher de Xangô, pois ela era forte e corajosa. A primeira mulher de Xangô foi Oiá-Iansã que era bela e fascinante. A segunda foi Oxum, que era coquete e vaidosa. Uma rivalidade logo se estabeleceu entre Obá e Oxum. Ambas disputavam a preferência do amor de Xangô. Obá procurava, sempre, surpreender o segredo das receitas utilizadas por Oxum quando esta preparava as refeições de Xangô. Esta era jovem e elegante Obá era mais velha e usava roupas fora de moda. Nem chegava a se dar conta disto, pois pretendia monopolizar o amor de SÀNGÓ. Com este objetivo, sabendo o quanto SÀNGÓ era guloso, procurava surpreender os segredos das receitas na cozinha, utilizadas por OSUN quando preparava as comidas de SÀNGÓ. OSUN, irritada, decidiu pregar-lhe uma peça.

Um belo dia pediu-lhe que viesse assistir um pouco mais tarde a preparação de um determinado prato, que segundo ela disse maliciosamente, realizava maravilhas junto a SÀNGÓ, o esposo comum. Obá apareceu na hora indicada. Osún tendo a cabeça atada por um pano que lhe escondia as orelhas, cozinhava uma sopa, na qual boiava dois cogumelos. Osun mostrou-os a sua rival, dizendo-lhe que havia cortado as próprias orelhas e colocando-as para ferver na panela, a fim de preparar o prato predileto de SÀNGÓ. Este chegando logo depois tomou a sopa com apetite e deleite e retirou-se gentil e apressado na companhia de Osun.

Na semana seguinte era a vez de Obá cuidar de SÀNGÓ e ela decidiu por em prática receita maravilhosa. Cortou uma das orelhas e a cozinhou em uma sopa destinada a seu marido. Este não demonstrou nenhum prazer em vê-la com a orelha decepada e achou repugnante o prato que lhe serviu. Osun apareceu neste momento, retirou seu lenço e mostrou que as suas orelhas jamais haviam sido cortadas, nem devoradas, por SÀNGÓ. Começou então a caçoar da pobre Obá, que, furiosa, precipitou-se sobre sua rival. Seguiu-se uma luta corporal entre elas. SÀNGÓ, irritado, fez explodir seu furor. Osun e Obá, apavoradas, fugiram e transformaram-se nos rios que levam seus nomes. No lugar da confluência dos dois cursos de água as ondas tornam-se muito agitadas em consequência da disputa das duas divindades pelo amor de Xangô.

...Obá provoca a morte do cavalo de Xangô

Xangô era um conquistador de terras e de mulheres, vivia sempre de um lugar para o outro. Em Cossô fez-se rei e casou-se com Obá. Obá era sua primeira e mais importante esposa, Obá passava o dia cuidando da casa de Xangô, moía a pimenta, cozinhava e deixava tudo limpo.

Xangô era um conquistador de terras e de mulheres. Uma vez Xangô viu Oyá lavando roupa na beira do rio e dela se enamorou perdidamente. Com Oiá se casou, mas Xangô era um conquistador de terra e de mulheres e logo se casou de novo.

Oxum foi a terceira mulher. As três viviam às turras pelo amor do rei, para deixar Xangô feliz, Obá presenteou-lhe um cavalo branco, Xangô gostou muito do cavalo, Tempos depois Xangô saiu para guerrear levando Oiá consigo, seis meses se passaram e Xangô continuava longe, Obá estava desesperada e foi consultar Orunmilá, Orunmilá aconselhou Obá a oferecer em sacrifício um iruquerê, espanta-mosca feito com rabo de um cavalo, mandou pôr o iruquerê no teto da casa.

Para fazer a oferta prescrita pelo oráculo, Obá encomendou a Eleguá um rabo de cavalo, e Eleguá induzido por Oxum, mais que depressa cortou o rabo do cavalo branco de Xangô, mas não cortou somente os pêlos e sim a cauda toda e o cavalo sangrou até morrer.

Quando Xangô voltou da guerra, procurou o cavalo e não encontrou, deparou então com o iruquerê amarrado no teto da casa e reconheceu o rabo do cavalo desaparecido, soube pelas outras mulheres da oferenda feita pela primeira esposa.

Xangô ficou irado e mais uma vez repudiou Obá.



OXUM



ORA YE YEO FIDEROMAN!!!

Esta home-page é feita em homenagem à meu querido zelador: Júnior da Oxum.

Meu paizinho, espero que goste...

Que Oxum, Odé e Omolú continuem lhe iluminando a cada dia mais e mais, neste momento tão especial de sua vida.

Sua bênçao...

Aos que visitam este site, espero que gostem, ele ainda está em construção, e embora tenha novidades, em breve teremos muitas outras lendas e fotos.

Kolofé!

Juliana de Obaluaye

Lendas & Comentários

CONVERSA ENTRE OBATALÁ E OXUM

Conversa de Orixás...

Obatalá... Espera, Oxum! Não posso interferir no processo de vida e morte, mas tenho, como tu mesma tens poderes para criar e consagrar símbolos que perpetuem um ser. Que o represente em qualquer situação e que possa ser renovado constantemente. Um símbolo vivo de alguém que já morreu!

E este símbolo deverá participar de todos os rituais em nossa honra! E representará, com sua presença, não só a presença de seu pupilo, como também de todos aqueles que um dia receberam o sagrado OXU, que estabelece a aliança firmada entre o iniciado e seu Orixá! Um símbolo que possa representar também a Terra, onde habitam seus corpos depois de levados por IKU!

A GALINHA D'ANGOLA gritaram todos em unissono.

Oxum providenciou, imediatamente, uma galinha d'angola, que naquele tempo era inteiramente preta, e Obatalá lá soprou sobre ela pó de efun, pintalgando-a de branco, como hoje ela é. Oxum, então, modelou, com manteiga de orí da Costa, um cone ao qual acrescentou diversos componentes mágicos, e fixo-o sobre a cabeça da ave, dando a ela o status de ODOXU (aquele que possui OXU), que distingue os iniciados no Culto dos Orixás.

OBATALÁ sentenciou: A partir desse dia, serás representado, em todos os rituais, por ETU, a galinha d'angola. Qualquer ritual em que ela não estiver presente, não será por nós validado. Esta ave é, a partir de agora o símbolo dos iniciados do qual foste o precursor e , por isso nascerá provida de OXU e da pintura de efun que é feita em minha honra!

É por isso que, ainda hoje, a galinha d'angola deve estar presente em todas as cerimonias em honra aos Orixás, e uma parte dela compõe o OXU, que é colocado sobre a cabeça do neófito na hora de sua iniciação.

Trecho do livro - Igbadu - A Cabaça da Existência ( Adilsom de Oxalá)

A Galinha D'Angola ( J. Flavio P. de Barros)

ÌTAN DE ÒSUN

Nigbá tí àun ó sì mo bò láti òdò Olódùmaré un ló kó okú omo lé lówó wípé eni tí òrìsà bá sèdá kalè tán, bi Òsun yò se móo pin omo fun gbogbo àwon tí omo

kò bá fé gba inú won wáyé. Àti bí omo bá nwá ninú, eni ti ó mo se itójú rè

ti kò fi ní í móo rí ìdàànú títí o fi móo wáyé. Tó bá sì wà sí ayé nàá,

nígbà tí kò tíi ní òye tí kòì tí mò èdèé fò, gbogbo ònà àwòyè rè Òsun ni wón

kó okùn omo lé lowo. Kò sì gbodò binú enìkan pé elèyí ni òtá mi, kò ye kó

bimo tàbi elèyi ni òré mi. Isé ti won rán Òsun oùn nìyí, àun ni Ìyàmi àkókó,

òun si ni Olùtójúu àwon omo láti nú títí di ìgbá ti yi ni òye táà ñ pè ní

àwòyè Òsun ni álàwòyé omo. Bi Òsun ò ti se gbogbo bá enìkan sòtá nìyì.

VERSO DE ÒSUN

No tempo da criação, quando Òsun estava vindo das profundezas do òrun, Olódùmaré confiou-lhe o poder de zelar por cada uma das crianças criadas por Òrisà (Oxàlà), que iriam nascer na terra. Òsun seria a provedora de crianças. Ela deveria fazer com que as crianças permanecessem no ventre de suas mães, assegurando-lhes medicamentos e tratamentos apropriados para evitar abortos e contratempos antes do nascimento, mesmo depois de nascida a criança, até ela não estar dotada de razão e não estar falando alguma língua, o desenvolvimento e a obtenção de sua inteligência estariam sob os cuidados de Òsun. Ela não deveria encolerizar-se com ninguém a fim de não recusar uma criança a um inimigo e dar gravidez a um amigo. A tarefa atribuida a Òsun transforma-a na primeira Ìyá-mí, encarregada de ser a Olùtójú awon omo (aquela que vela por todas as crianças) e a Álàwòyè Omo (aquela de cura as crianças). Òsun não deve vir a ser inimigo(a) de ninguém.

Òsun é a divindade do rio òsun em Ìjèsà na África, atravessando a cidade de Òsogbo onde lá existe seu principal culto, atravez do Atáója. (esse o Obá da cidade).

Conta-se que o primeiro Obá de Osogbo estava as margens do rio òsun, quando esse pedia proteção e auxilio para vários problemas, foi quando um peixe pulou sobre seu colo e "cuspiu-lhe" àgua, vontando para o rio novamente. Sobre seu filá ficou depositado tal água que ele bebeu afixiadamente. Após tal ato grande parte de seus problemas foram resolvidos e apartir de então ele, lá, aos pés de uma arvoré criou o primeiro templo de Òsun, e transformou-se em "A-tewo-gbaeja", abreviando Atáója - aquele que aceita o peixe.

Òsun, associada a procriação e a fertilidade, dona das águas doces e protetora de todas as crianças.

Obs.: Texto extraido do livro "OS NAGO E A MORTE"

Conta-nos uma lenda, que Òsùn queria muito aprender os segredos e mistérios da arte da adivinhação, para tanto, foi procurar Èsù, para aprender os princípios de tal dom.

Èsù, muito matreiro, falou à Òsùn que lhe ensinaria os segredos da adivinhação, mas para tanto, ficaria Òsùn sobre os domínios de Èsù durante sete anos, passando, lavando e arrumando a casa do mesmo, entroca ele a ensinaria.

E, assim foi feito, durante sete anos Òsùn foi aprendendo a arte da adivinhação que Èsù lhe ensinará e consequentemente, cumprindo seu acordo de ajudar nos afazeres domesticos na casa de Èsù.

Findando os sete anos, Òsùn e Èsù, tinham se apegado bastante pela convivência em comum, e Òsùn resolveu ficar em companhia desse Òrìsà.

Em um belo dia, Sàngó que passava pelas propriedades de Èsù, avistou aquela linda donzela que penteava seus lindos cabelos a margem de um rio e de pronto agrado, foi declarar sua grande admiração para com Òsùn.

Foi-se a tal ponto que Sàngó, viu-se completamente apaixonado por aquela linda mulher, e perguntou se não gostaria de morar em sua companhia em seu lindo castelo na cidade de Oyó ? Òsùn regeitou o convite, pois lhe fazia muito bem a companhia de Èsù.

Sàngó então irrado e contradito, sequestrou Òsùn e levou-a em sua companhia, aprisionando-a na masmorra de seu castelo.

Èsù, logo de imediato sentiu a falta de sua companheira e saiu a procurar, por todas as regiões, pelos quatro cantos do mundo sua doce pupíla de anos de convivência.

Chegando nas terras de Sàngó, Èsù foi surpreendido por um canto triste e melancólico que desvinha da direção do palácio do Rei de Oyó, da mais alta torre. Lá estava Òsùn, triste e a chorar por sua prisão e permanencia na cidade do Rei.

Èsù, esperto e matreiro, procurou a ajuda de Òrùnmílá, que de pronto agrado lhe sedeu uma poção de transformação para Òsùn desvencilhar-se dos dominíos de Sàngó.

Èsù, atravez da magia pode fazer chegar as mãos de sua companheira a tal poção.

Òsùn tomou de um só gole a poção mágica e transformou-se em uma linda pomba dourada, que voôu e pode então retornar em companhia de Èsù para sua morada.

ARQUÉTIPO

(Do livro "Orixás - Pierre Fatumbi Verger - Editora Corrupio")

O arquétipo de Oxum é o das mulheres graciosas e elegantes, com paixão pelas jóias, perfumes e vestimentas caras. Das mulheres que são símbolos do charme e da beleza. Voluptuosas e sensuais, porém mais reservadas que Oiá. Elas evitam chocar a opinião pública, à qual dão grande importância. Sob sua aparência graciosa e sedutora escondem uma vontade muito forte e um grande desejo de ascensão social.

Lenda de Oxum - Pierre Fatumbi Verger

OXUN (Do livro "Lendas Africanas dos Orixás de Pierre Fatumbi Verger e Carybé - Editora Currupio) Orê Yeyê ô! Oxum era muito bonita, dengosa e vaidosa. Como o são, geralmente, as belas mulheres. Ela gostava de panos vistosos, marrafas de tartaruga e tinha, sobretudo, uma grande paixão pelas jóias de cobre. Este metal era muito precioso, antigamente, na terra dos iorubás. Sí uma mulher elegante possuía jóias de cobre pesadas. Oxum era cliente dos comerciantes de cobre. Omiro wanran wanran wanran omi ro! "A água corre fazendo o ruído dos braceletes de Oxum!" Oxum lavava suas jóias, antes mesmo de lavar suas crianças. Mas tem, entretanto, a reputação de ser uma boa mãe e atende às súplicas das mulheres que desejam ter filhos. Oxum foi a segunda mulher de Xangô. A primeira chamava-se Oiá-Iansã e a terceira Obá. Oxum tem o humor caprichoso e mutável. Alguns dias, suas águas correm aprazíveis e calmas, elas deslizam com graça, frescas e límpidas, entre margens cobertas de brilhante vegetação. Numerosos vãos permitem atravessar de um lado a outro. Outras vezes suas águas, tumultuadas, passam estrondando, cheias de correntezas e torvelinhos, transbordando e inundando campos e florestas. Ninguém poderia atravessar de uma margem à outra, pois ponte nenhuma as ligava. Oxum não toleraria uma tal ousadia! Quando ela está em fúria, ela leva para longe e destrói as canoas que tentam atravessar o rio. Olowu, o rei de Owu, seguido de seu exército, ia para a gerra. Por infelicidade, tinha que atravessar o rio num dia em que este estava encolerizado. Olowu fez a Oxum uma promessa solene, entretanto, mal formulada. Ele declarou: " Se voce baixar o nível de suas águas, para que eu possa atravessar e seguir para a guerra, e se eu voltar vencedor, prometo a você nkan rere", isto é, boas coias. Oxum compreendeu que ele falava de sua mulher, Nkan, filha do rei de Ibadan. Ela Baixou o nível das águas e Olowu continuou sua expedição. Quando ele voltou, algum tempo depois, vitorioso e com um espólio considerável, novamente encontrou Oxum com o humor perturbado. O rio estava turbulento e com suas águas agitadas. Olowu mandou jogar sobre as vagas toda sorte de boas coisas, as nkan rere prometidas: tecidos, búzios, bois, galinhas e escravos. Mel de abelhas e pratos de mulukun, iguaria onde suavemente misturam-se cebolas, feijão fradinho, sal e camarões. Mas Oxum devolveu todas estas coisas boas sobre as margens. Era Nkan, a mulher de Olowu, que ela exigia. Olowu foi obrigado a submeter-se e jogar nas águas a sua mulher. Nkan estava grávida e a criança nasceu no fundo do rio. Oxum, escrupulosamente, devolveu o recém-nascido dizendo: "É Nkan que me foi solenemente prometida e não a criança. Tome-a!". As águas baixaram e Olowu voltou tristemente para sua terra. O rei de Ibadan, sabendo do fim trágico de sua filha, indignado declarou: "Não foi para que ela servisse de oferenda a um rio que eu a dei em casamento a Olowu!" Ele guerreou com o genro e o expulsou do país. O Rio Oxum passa em um lugar onde suas águas são sempre abundantes. Por esta razão é que Larô, o primeiro rei deste lugar, aí instalou-se e fez um pacto de aliança com Oxum. Na época em que chegou, uma de suas filhas fôra se banhar. O rio a engoliu sob as águas. Ela só saiu no dia seguinte, soberbamente vestida, e declarou que Oxum a havia bem acolhido no fundo do rio. Larô, para mostrar sua gratidão, veio trazer-lhe oferendas. Numerosos peixes, mensageiros da divindade, vieram comer, em sinal de aceitação, os alimentos jogados nas águas. Um grande peixe chegou nadando nas proximidades do lugar onde estava Larô. O peixe cuspiu água, que Larô recolheu numa cabaça e bebeu, fazendo, assim, um pacto com o rio. Em seguida ele estendeu suas mãos sobre a água e o grande peixe saltou sobre ela. Isto é dito em iorubá: Atewo gba ejá. O que deu origem a Ataojá, título dos reis do lugar. Ataojá declarou então: "Oxum gbô!" "Oxum esta em estado de maturidade, suas águas são abundantes." Dando origem ao nome da cidade de Oxogbô. Todos os anos faz-se, aí, grandes festas em comemoração a todos estes acontecimentos.



OXOSSI



Oxóssi é filho de Oxalá e Iemanjá, irmão de Ogum e Exu. Seu nome significa OXÓ: "caçador", OSSI: "noturno". Tradicionalmente, é associado à Lua, por ser a noite, seu melhor momento para a caça. É um guerreiro solitário e sua maior responsabilidade em relação ao mundo é de proteger e garantir a vida dos animais, que somente são sacrificados por uma necessidade de alimentação. Tudo que nasce sobre a terra pertence a Oxóssi, exceto as plantas tóxicas e venenosas, que segundo a tradição, diz terem sido plantadas por Exu. Ele é um vencedor, traz para seu povo a sobre vivência, a abundância, a cura das doenças pela natureza, a saúde plena. Como caçador, Oxóssi porta um arco e uma flecha, geralmente de ferro, e o erukerê (rabo de cavalo usado só pelos reis), está ligado às alterações mentais e físicas, Oxóssi é o constante movimento da natureza e está sempre em evolução, orixá cavaleiro, rei, herói, senhor de um dos seis reinos formadores da federação YORUBÁ, constituída por Alaka, Onila, Onibini, Onisabe, Oió e Kêtu, terra de Oxóssi. É um Orixá que cultua o próprio individualismo, com uma determinação sem igual para qualquer combate, considerado um dos mais belos Orixás e amante da natureza.


SÃO SEBASTIÃO

O Culto à Oxóssi é muito difundido no Brasil e pouco lembrado na Nigéria, sendo basicamente cultuado na cidade de Kêtu (terra dos panos vermelhos), onde foi consagrado como rei. Ele é um Orixá que envolve-se muito nas emoções e transforma-se através delas. Tem o dom da comunicação, por isso suas mudanças são discutidas e analisadas a um nível consciente, Oxóssi tenta ser coerente com seus sentimentos, pois vive às dúvidas emocionais muito mais que as indecisões materias. Lembrando que no mito Oxóssi apaixona-se e vai atrás de seu amor para conseguir vivê-lo. Ele roubou Oxum de Ogum e mais tarde abriu mão de tudo para ir viver com Ossãe nas matas. No sincretismo é associado à São Jorge na Bahia, sendo festejado no dia 23 de Abril, no Rio de Janeiro e São Paulo, ele é São Sebastião, que é festejado no dia 20 de Janeiro. Pode-se estabelecer Oxósse ao Jovem Mercúrio da mitologia romana, o Deus do comércio, dos ladrões, bem como o seu correspondente grego Hermes. Ambos representam o movimento, as mudanças e tudo que é novo e vibrante.

O MITO - "O CAÇADOR DE UMA SÓ FLECHA"

ERUKÊRE- ARCO E FLECHA

O rei Olofim resolveu dar uma festa para o seu povo em comemoração à colheita que havia sido farta. Seria servido Inhame e vinho de palma à vontade. Foi quando o Pássaro do Medo chegou e ameaçou a todos. Olofim chamou então, seus três melhores guerreiros para matar o grande pássaro. Vieram Oxotoji, com 20 flechas; Oxotodi, com 50 flechas e Oxotodá, com 40 flechas. Todas as flechas foram disparadas pelos atiradores, mas nenhum deles consegui atingir o pássaro. Havia um jovem guerreiro corajoso Oxotocam-giu na aldeia que só tinha uma única flecha, com muita confiança em si mesmo, pediu humildemente ao rei que lhe desse a oportunidade de atirar e matar o pássaro ameaçador. As mulheres pássaros sabiam que o jovem tinha poderes especiais e vêm proteger o Pássaro do Medo, cobrindo seu peito com seus próprios corpos, fazendo assim com que a flecha volte para matar seu atirador. A mãe de Oxotocam aflita com seu filho, pede a Oxalá que o proteja. O jovem está entre a morte e a felicidade, por isso ela pede que Oxalá transforme a morte em felicidade. Ela sacrificou uma galinha, abrindo o seu peito e colocando no meio da estrada, acreditando que o peito do pássaro receberia o que era merecido. Oxotocam no mesmo instante atirou sua flecha e matou o grande pássaro ameaçador. Desde esse dia ele foi transformado em herói e passou a se chamar Oxóssi.



Dia da semana - Quinta-feira

Cor - azul-turquesa (afasta a tristeza e atrai o dinheiro), em algumas nações e na Umbanda sua cor é o verde

Elemento - ar e terra

Instrumento - Arco e flecha

Saudação - "O Kiarô" - ("bom dia", em Yorubá)

LOGUNEDE



Ològúnede ou Lògún-Ede é um Òrìsà do fundamento de Ìjèsà filho de Òsun e Òsóòsì ou Òsun e Érinlè, conforme a tradição e é um dos mais belos Òrìsà da tradição Yorùbá, apesar de ser dos mais jovens. É simultaneamente caçador e pescador, fundindo os àse da mata e das águas, dos seus pais, representando a tríade pai-mãe-filho, universal às religiões. É, algumas vezes, representado como endrógeno, a pureza ausente de sexo, embora essa característica não seja global, uma vez que a sexualidade não constitui tabu (ewo) para os Yorùbá. Também se apelida Lògúnede de bissexual interpretando de forma errada a simbologia de seis meses masculino seis meses feminino que se refere à estadia nas matas e nas águas. Diz-se que com Yèwá formariam o casal perfeito, a beleza pura e perfeita.


Ològúnede mora em Ilésà, uma rica terra Yorùbá. Curiosamente, contrariando o mito de descender de Òsóòsì ou Érinlè, isto é, de ser um Òrìsà-gerado, existe uma corrente que afirma, na região de Ilésà, que Ològúnede deriva de Ólòlún Ode, o que significaria que ele seria o maior entre todos os caçadores e não filho mas pai de Òsòtókansósó, o Òrìsà Òsóòsì. Existem Òrikín de Òsóòsì que o apelidam de Omoode, filho do caçador.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

YANSA


Na Mitologia Yoruba, o nome Oyá provém do rio de mesmo nome na Nigéria, onde seu culto é realizado, atualmente chamado de rio Níger. É uma divindade das águas como Oxum e Iemanjá, mas também é relacionada ao elemento ar, sendo uma das divindades que controla os ventos. Costuma ser reverenciada antes de Xangô, como o vento personificado que precede a tempestade, sendo que a tempestade é uma das representações do Deus do Fogo Xangô. Assim como a Deusa Obá, Oyá também está relacionada ao culto dos mortos, onde recebeu de Xangô a incumbência de guiá-los acordo com suas ações, para assumir tal cargo recebeu do feiticeiro Oxóssi uma espécie de erukerê especial com o qual estaria protegida dos Eguns. O nome Iansã trata-se de um título que Oyá recebeu de Xangô que faz referência ao entardecer, Iansã=A mãe do céu rosado ou A mãe do entardecer era como ele a chamava pois dizia que ela era radiante como o entardecer e é por isso que o rosa é sua cor por excelência.

São pessoas carismáticas e muito generosas.

Oriki de Oya

(Oríkì original em Yorubá traduzido para o Português).

•Oyà A To Iwo Efòn Gbé.

(Ela é grande o bastante para carrega o chifre do búfalo)

•Oyà Olókò Àra.

(Oyà, que possui um marido poderoso)

•Obìnrin Ogun,

(Mulher guerreira)

•Obìnrin Odé.

(Mulher caçadora)

•Oya Òrírì Arójú Bá Oko Kú.

(Oyà, a charmosa, que dispõe de coragem para morrer com seu marido)

•Iru Èniyàn Wo Ni Oyà Yí N Se, Se?

(Que tipo de pessoa é Oyà?)

•Ibi Oya Wà, Ló Gbiná.

(O local onde Oyà está, pega fogo)

•Obìnrin Wóò Bi Eni Fó Igbá.

(Mulher que se quebra ao meio como se fosse uma cabaça)

•Oyà tí awon òtá rí,

(Oyà foi vista por seus inimigos)

•Tí Won Torí Rè Da Igbá Nù Sì Igbó.

(E eles, assustados, fugiram atirando as bagagens no mato)

•Héèpà Héè, Oya ò!

(Eeepa He! Oh, Oyà!)

•Erù Re Nikan Ni Mo Nbà O.

(És a única pessoa que temo)

•Aféfé Ikú.

(Vendaval da Morte)

•Obìnrin Ogun, Ti Ná Ibon Rè Ní À Ki Kún

(A mulher guerreira que carrega sua arma de fogo)

•Oyà ò, Oyà Tótó Hun!

(Oh, Oyà, à Oyà respeito e submissão!)

•Oyà, A P’Agbá, P’Àwo Mó Ni Kíákíá,

(Ela arruma suas coisas sem demora)

•Kíákíá, Wéré Wéré L’ Oyà Nse Ti È

(Rapidamente Oyà faz suas coisas)

•A Rìn Dengbere Bíi Fúlàní.

(Ela vagueia com elegância, como se fosse uma nômade fulani)

•O Titi Tí Nfi Gbogbo Ará Rìn Bí Esin

(Quando anda, sua vitalidade é como a do cavalo que trota)

•Héèpà, Oya Olómo Mesan, Ibá Re Ò!

(Eeepa Oya, que tem nove filhos, eu te saúdo!)

ORIKI OYÁ

ÌYÁ OJISÉ OBIRIN SANGO ASEPERI O

DOGA UM WON LI ÒRÚN OBIRIN SANGO

IYA OJISÉ TI OYA NI EMI IYO SE

GBE OMÓ OLOMÓ BI GBORO

A FI AKARABA JÁ BI IDAHOME

IRO NI IDAHOME NPE WON KO NI AKARABA OYA N’ILE

ADELEYE ÒRÚN WARA BI INA JO OKO

BOMIBARA ÒRISÁ TI GBO EGBE RÉ MO ILE

PON MI KI O MA SO MI PON MA SO MI

KI NRIN LI ÒRÚN WARA BI INÁ JO OKO

GBERE OBIRIN SANGO

NI YIO WA PON OMÓ ALUSI NI ODODO

O PON OMÓ ALUSI TAN O KO O RI RÉ SI ILE

OYÁ NI O TO IWO WFON GBÉ

SANGO


ORIKI

Sángiri-làgiri,

Olàgiri-kàkààkà-kí Igba Edun Bò

O Jajú Mó Ni Kó Tó Pa Ni Je

Ó Ké Kàrà, Ké Kòró

S' Olórò Dí Jínjìnnì

Eléyinjú Iná

Abá Won Jà Mà Jèbi

Iwo Ní Mo Sá Di O

Sango Ona Mogba Bi E Tu Bá Wó Ile

Jejene Ni Mú Ewure

Bi Sango Bá Wó Ile

Jejene Ni Mú Osa Gbogbo

Que racha e lasca paredes

Ele deixou a parede bem rachada e pôs ali duzentas pedras de raio

Ele olha assustadoramente para as pessoas antes de castigá-las

Ele fala com todo o corpo

Ele faz com que a pessoa poderosa fique com medo

Seus olhos são vermelhos como brasas

Aquele que briga com as pessoas sem ser condenado porque nunca briga injustamente

É em ti que busco meu refúgio

Se um antílope entrar na casa

A cabra sentirá medo.

Se Sango entrar na casa

Todos os Orisa sentirão medo

Shango ou Sango, é Orixá, de origem Yorubá. Seu mito conta que foi Rei da cidade de Oyo, identificado no jogo do merindilogun pelos odu ejilaxebora e , através do assentamento sagrado denominado igba xango.

Pierre Verger dá como resultado de suas pesquisas que: Shango ou Xangô, como todos os outros imolè (orixás e ebora), pode ser descrito sob dois aspectos: histórico e divino.

Como personagem histórico, Xangô teria sido o terceiro Aláàfìn Òyó, "Rei de Oyo", filho de Oranian e Torosi, a filha de Elempê, rei dos tapás, aquele que havia firmado uma aliança com Oranian.

Shango, filho de Oranian, tendo três divindades como esposas: Oyá, Oxum e Obá.

Shango orixá dos raios, trovões, grandes cargas elétricas e do fogo. É viril e atrevido, violento e justiceiro; castiga os mentirosos, os ladrões e os malfeitores. Por esse motivo, a morte pelo raio é considerada infamante. Da mesma forma, uma casa atingida por um raio é uma casa marcada pela cólera de xangô
Foi ele quem criou o culto de Egungun, sendo ele o único Orixá que exerce poder sobre os mortos. Xangô é a roupa da morte, por este motivo não deve faltar nos Egbòs de Ikù e Egun, o vermelho que lhe pertence. Ao se manifestar nos Candomblés, não deve faltar em sua vestimenta uma espécie de saieta, com cores variadas e fortes, que representam as vestes dos Eguns

Itan

Xangô criador de Culto a Egungun

Xangô é o fundador do culto aos Eguns, somente ele tem o poder de controlá-los, como diz um trecho de um Itã:
"Em um dia muito importante, em que os homens estavam prestando culto aos ancestrais, com Xangô a frente, as Iyámi Ajé fizeram roupas iguais as de Egungun, vestiram-na e tentaram assustar os homens que participavam do culto, todos correram mas Xangô não o fez, ficou e as enfrentou desafiando os supostos espíritos. As Iyámis ficaram furiosas com Xangô e juraram vingança, em um certo momento em que Xangô estava distraído atendendo seus súditos, sua filha brincava alegremente, subiu em um pé de Obi, e foi aí que as Iyámis Ajé atacaram, derrubaram a Adubaiyani filha de Xangô que ele mais adorava. Xangô ficou desesperado, não conseguia mais governar seu reino que até então era muito próspero, foi até Orunmilá, que lhe disse que Iyami é quem havia matado sua filha, Xangô quiz saber o que poderia fazer para ver sua filha só mais uma vez, e Orunmilá lhe disse para fazer oferendas ao Orixá Iku (Oniborun), o guardião da entrada do mundo dos mortos, assim Xangô fez, seguindo a risca os preceitos de Orunmilá.
Xangô conseguiu rever sua filha e pegou para sí o controle absoluto dos mistérios de Egungun (ancestrais), estando agora sob domínio dos homens este culto e as vestimentas dos Eguns, e se tornando estritamente proibida a participação de mulheres neste culto, caso essa regra seja desrespeitada provocará a ira de Olorun. Xangô , Iku e dos próprios Eguns, este foi o preço que as mulheres tiveram que pagar pela maldade de suas ancestrais."

Um dos elementos sagradosnde sango é a as rochas em geral principalmente a pedra de Edun Ará

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

YEWA

http://youtu.be/xScDVtFriiE
MINHA OMENAGEM A ESTA GRANDE BABALORIXA COTINHA DE YEWA.
ORIKI


Ewà ô

(salve Ewá)
Ewà Ibà re ô

(Ewá nós te saudamos)

Ewà mojubà

(Ewá seja benvinda)

Ewà ja mi, ko kerè, ko kerè

( nossa mãe Ewà não é pequena)
Orubatà!

( ela é imensa)
Yewa, Orixá do rio Yewa, que fica na antiga tribo Egbado (atual cidade de Yewa) no estado de Ogun na Nigéria. Orixá identificada no jogo do merindilogun pelo odu obeogunda.
Verger conta que na Nigéria, Abimbola publicou um itan Ifá (história de Ifa), falando "que de certa feita estando Iyewa à beira do rio, com um igba (gamela) cheio de roupa para lavar, avistou de longe um homem que vinha correndo em sua direção. Era Ifá que vinha esbaforido fugindo de Iku (a morte). Pedindo seu auxílio, Iyewa despejou toda roupa no chão, que se encontrava no igba, emborcou-o em cima de Ifa e sentou-se. Daí a pouco chega a morte perguntando se não viu passar por ali um homem e dava a descrição. Iyewa respondeu que viu, mas que ele havia descido rio abaixo e a morte seguiu no seu encalço. Ao desaparecer, Ifa saiu debaixo do igba e levou Iyewá para casa, a fim de torná-la sua mulher."
Ewá, Euá, Iyewa, Orixá feminino, é a divindade do rio e da lagoa Iyewà na Nigéria. Uma das iabás, considerada ora irmã de Iansã, ora esposa de Oxumarê. Seu nome significa maezinha do carater.
Verger em suas pesquisas diz: "Na Bahia é cultuada somente em três casas antigas, devido à complexidade de seu ritual. As gerações mais novas não captaram conhecimentos necessários para a realização do seu ritual
É raro encontrar uma filha de Yewá. Els são valentes e guerreiras, muito belas e conquistadoras. Sabem o que querem e vão até o fim. São prestativas e se preservam quanto a moral e educação, ou expor seus sentimentos.

OBA LUAYE

ORIKI

Orìsà Jìngbìnì

Abàtà, Arú Bí Ewè Ajó

Orisá Tí Nmú Omo Mú Ìyá

Bí Obaluayê Bá Mú Won Tún

O Tún Lè Sáré Lo Bábá

Obaluayê mo Ilé Osó, Ó Mo Ilé Àjé

O Gbá Osó L'Ójú,

Osó Kún Fínrínfínrín

O Pa Àjé Ku Ìkan Soso

Orìsà Jìngbìnì

Obaluayê A Mú Ni Toùn Toùn

Obaluayê SSí Odù Re Hàn Mí

Kí Ndi Olówó

Kí Ndi Olomo

Orixá forte

Abatá que floresce exuberante como as folhas da árvore ajó

Orixá que pune a mãe juntamente com o filho

Depois que Obaluaê acabar de castigá-los

Ainda poderá castigar o pai

Obaluaê conhece tanto a casa do feiticeiro como a da bruxa

Desafiou o feiticeiro

E este correu desesperado

Matou todas as bruxas permitindo que apenas uma vivesse

Orixá forte

Obaluaê, que faz as pessoas perderem a voz

Obaluaê, abra seu odu para mim

Para que eu seja uma pessoa próspera

Para que eu seja uma pessoa fértil

Obaluaye em iorubá Obàlúwàiyé é traduzido por (rei e senhor da terra), Oba (rei) aiyê (terra), Obaluaiyê, Obaluaê, Xapanã, Omolu, são alguns dos nomes como é conhecido esse Orixá africano. Esumare ,Obaluwaiye fazer parte do panteão da Terra. Obaluaye é identificado no jogo do merindilogun ( jogo de buzios)pelo odu odi representado materialmente e imaterial , através do assentamento sagrado denominado igba obaluaye Esse orisa por ser da terra tambem é ligado a vida e a morte sendo assim o orisa ligado a reencarnação. As pessoas deste orisa gostam da ordem e disciplina.Incompatibilidades : Claridade. NA VERDADE O NOME OBALUAYE É UMA FORMA ERRADA DE PRONUNCIAR O NOME NOME CORRETO É OBA ILUAYE

OSUMARE


ORIKI ESUMARE


ESUMARE A GBE ÒRÚN LI APA IRA

ILE LIBI JIN OJO

O PON IYUN PON NANA

OFI ORO KAN IDAN WO LUKU WO

OFI ORO KAN IDAN WO LUKU WO

OLOWO LI AWA RE SE MESI EKO AFAYA

BABA NWA LI ODE KI AWA GBA KI AWA TO

A PUPO BI ÒRÚN

OLOBI AWA JE KAN YO

O DE IGBO ELU KO LI EGUN

OKO IJOKU DUDU OJU E A FI WO

É a cobra-arco-íris[1] em nagô, é a mobilidade, a atividade, uma de suas funções é a de dirigir as forças que dirigem o movimento. Ele representa também a riqueza e a fortuna, um dos benefícios mais apreciados no mundo dos iorubás. Em alguns pontos se confunde com o Vodun Dan da região dos Mahi.

É o símbolo da continuidade e da permanência, algumas vezes, é representado por uma serpente que morde a própria cauda. Esumarê é um orixá completamente masculino, Rege o príncipio da multiplicidade da vida, transcurso de múltiplos e variados destinos.

De múltiplas funções, que seria encarregado de levar as águas da chuva de volta para as nuvens através do arco-íris.

Obaluayê e Esumare, são vinculados ao mistério da morte e do renascimento.



segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

NANA

Divindade de origem Jeje, mãe de Omolu e Oxumaré, é a mais velha dos orixás femininos e por isso é muito respeitada. … associada à lama, às águas paradas e aos pântanos, e como estes é lenta, perseverante e tranquila. Nanã dança com a dignidade duma pessoa anciã, segurando nas mãos o seu símbolo, ibirí.

Saudação
Salubá-Nanã
Cores
Lilás e branco
Dia
Sábado
Símbolo
Ibirí (cetro de palha)
Elemento da Natureza
Lama
Animal Sagrado
Ibi, lesma e rã
Lenda
Nanã era esposa de Ogum e ocupava o cargo de juíza no Daomé. Só julgava os homens, sendo muito respeitada pelas mulheres que eram consideradas deusas. Ela morava numa bela casa com jardim. Quando alguém apresentava alguma reclamação sobre seu marido, ela amarrava a pessoa numa árvore e pedia aos eguns parara assustar esta pessoa.
Certa noite, Yansã reclamou de Ogum e ele foi amarrado no jardim. À noite, conseguiu escapulir e foi falar com Ifá. A situação não podia continuar e, assim, ficou acertado que Oxalá tiraria os poderes de Nanã. Ele se aproximou e ofereceu suco de igbin, ao beber o preparado, Nanã adormeceu. Oxalá então vestiu-se de mulher e, imitando o jeito de Nanã, pediu aos eguns que fossem embora de seu jardim para sempre. Quando Nanã acordou e percebeu o que Oxalá tinha feito, obrigou-o á tomar o mesmo preparado de igbin e seduziu o Orixá.
Oxalá saiu correndo e contou para Ogum o que havia acontecido. Indignado, este cortou relações com Nanã. E é por isso que nas oferendas de Nanã não é usado nenhum objeto de metal.
Uma outra lenda registra que, numa reunião, os Orixás aclamaram Ogum como o mais importante deles e que Nanã, não se conformando em ser derrotada por ele, assumiu que não mais usaria utensílios de metal criados por Ogum. Por iô tanto ela como seus filhos Oxumaré e Obaluaê não aceitam oferendas em que se apresentem objetos de metal.

OSSAIN

O deus das ervas, dono das matas, orixá da medicina, da cura, da convalescença. Mestre do poder curativo das ervas, que proporciona o Axé das plantas , ou seja, a força vital, imprescindível à realização de qualquer ritual nos cultos africanos.

Ossãe é a mágica das folhas, tornando mágica, também, sua convivência com os seres humanos.
Nos dias em que o homem agride a natureza, derrubando árvores, fazendo queimadas, numa atitude covarde e insensata, Ossãe se levanta como defensor, pois ele é a própria Ecologia. Ossãe é a folha,; a árvore; o vegetal; a mata; a floresta, a qual quanto mais densa, mas faz notar sua presença.
Ossãe, de um bilhão de formas, tamanhos, cheiros e essências. O segredo do poder de curar pela planta está com ele, é proporcionado por ele.
Nos rituais do Candomblé o banho de ervas – Abo – é vital, imprescindível. Tudo é passa no Abô. Desde louças, travessa de barro, moedas, pulseiras, búzios, quartinhas, facas, colheres de pau, gamelas, até o próprio home, que vai se banhar e se purificar pelas ervas. O Abô é algo que não pode faltar nos rituais, que vai dar o encanto, vai possibilitar a presença da força cósmica do Orixá. Mesmo nos sacrifícios animais, canta-se para Ossãe – mesmo que o sacrifício não seja para ele – pois dele dependerá o encantamento daquele ato sagrado. É Ossãe que trará a calma, a paz, o encanto, para que o ritual transcorra bem.
Realmente, Ossãe é o encanto, a magia. E é por isso que quando se vai à mata buscar ervas leva-se fumo de rolo, mel e moedas, para dar o Senhor das matas e facilitar a busca da erva desejada, pois Ossãe pode escondê-la de nôs, criar uma ilusão de ótica e não permitir que a vejamos, mesmo que esteja à nossa frente, debaixo de nosso olhos.
Ossãe está presente nos momentos importantes da vida. Na salvação de uma vida, através da medicina; nos consultórios. Afinal, Ossãe é o alquimista, o químico, o farmacêuticos, o Senhor das poções mágicas e curativas. É o feiticeiro, o bruxo, o medico dos Orixás, conhecedor profundo do segredo de todas as ervas.
É o pai da homeopatia; aquele que gera a capacidade de cura, pela ingestão ou aplicação de plantas medicinais. E está presente, também, no cotidiano, pois estamos sempre muito próximos do mundo vegetal. É por isso que não devemos arrancar folhas sem motivos justos; derrubar árvores ou fazer queimada, pois estaremos violando a natureza, ofendendo seriamente esta poderosa força natura que denominamos Ossãe.
Sentimos ainda mais sua presença quando estamos num horto, em meio às ervas. Ossãe é a mágica da folha, a sombra que nos proporciona paz, tranqüilidade e harmonia.
Mitologia
Ossãe e filho de Nana, irmão de Obaluaê, Oxumarê e Ewá. Sempre foi muito circunspeto, introvertido, pensativo. Ainda jovem, partiu para floresta – que sempre o atraiu – e lá estudo as plantas, as árvores e aprendeu o segredo das ervas, cuidando dos animais feridos e fazendo experiências.
Deteve, assim, o domínio do poder das ervas. E sempre que algum outro Orixá precisava de uma planta, de uma erva, devia, em primeiro lugar, pedir autorização a Ossãe, e o senhor do verde.
Xangô, Reio de Oyó, achando que todos deveriam ter o conhecimento das ervas, pediu à Iansã, Senhora dos ventos, que convencesse Ossãe a dividir com os demais Orixás os mistérios e os segredos do uso da planta. Ela, por sua vez partiu para a floresta, sacudiu sua saia e fez gerar uma forte ventania, espalhando as folhas por todo o reino de Oyó e outro como Ketu, Ifé, Oxogbô, Abeokutá, Numpé, etc.
Ossãe assitia a tudo de forma impassível. Via suas folhas indo em direção a todos os reinos, sem dizer uma palavra. No fundo, o alquimista sabia que estava dividindo as plantas, as espécies e nada podiam fazer diante de tão forte ventania.
Vitoriosa, Iansã voltou ao reino de Xangô, certa do dever cumprido. Na floresta, Ossãe lamentava o vento que espalhara suas folhas mas, intimamente, sorria de forma irônica e comentou consigo mesmo:
- De que adianta as folhas, sem o segredo? De que adianta possuir a erva, sem o mistério? De que adianta possuir o ingrediente mágico, sem o poder de gera a magia?
Assim, Ossãe continou como o mestre das ervas. Embora os outros Orixás também tenha suas folhas, ficou com Ossãe o segredo e a forma de encantá-la. De nada adiantou terem as folhas, se não sabiam usá-la ou aplicá-las. Para isso, continuaram a depender de Ossãe que, sabendo perdoar, continuou a curar, a dar receitas para gerar o encantamento, pois nada podia ser feito sem as ervas. Nenhum ritual daria certo sem o encanto das folhas, como até hoje.
Por isso, o africano nos ensinou, através de um Oriké (verso sagrado) o que significo, exatamente, o poder de Ossãe

YROKO

Dia da Semana: Terça-feira.

Cores: Branco, Verde (ou Cinza)castanho
Símbolo: tronco
Domínios: Ancestralidade
Saudação: Iroko Issó! Eró!Iroko Kissilé.
Iroko é um Orixá muito antigo. Iroko foi à primeira árvore plantada e pela qual todos os restantes Orixás desceram à Terra. Iroko é a própria representação da dimensão Tempo. Iroko é o comandante de todas as árvores sagradas, o vanguardeiro, os demais Osa Iggi devem-lhe obediência porque só ele é Iggi Olórun, a árvore do Senhor do Céu.
Iroko, Iroco ou Roko (do iorubá Íròkò) é um orixá cultuado no candomblé do Brasil pela nação Ketu e, como Loko, pela nação Jeje. Corresponde ao Inquice Tempo na nação Angola ou Congo.
Em todas as reuniões dos Orixás está sempre presente Iroko, calado num canto, anotando todas as decisões que implicam directamente na sua acção eterna. É um Orixá pouco conhecido dos seres vivos ou mortos, nascidos ou por nascer. Toda a criação está nos seus desígnios.
É o Orixá Iroko, implacável e inexorável, que governa o Tempo e o Espaço, que acompanha, e cobra, o cumprimento do Karma de cada um de nós, determinando o início e o fim de tudo.
Conhecido e respeitado na Mesopotâmia e Babilónia como Enki, o Leão Alado, que acompanha todos os seres do nascimento ao infinito; cultuado no Egipto como Anúbis, o deus Chacal que determina a caminhada infinita dos seres desde o nascimento até atravessar o Vale da Morte. Também venerado como Teotihacan entre os Incas e Viracocha entre os Maias como o Senhor do Início e do Fim; também presente no Panteão Grego e Romano, onde era conhecido e respeitado como Cronus, o Senhor do Tempo e do Espaço, que abriga e conduz a todos inexoravelmente ao caminho da Eternidade.
É o Tempo também das mudanças climáticas, as variações do tempo-clima. Guardião das florestas centenárias é o colectivo das árvores grandiosas, guardião da ancestralidade.
Em África, a sua morada é a árvore iroko, Milicia excelsa (antes classificada como Chlorophora excelsa), chamada “amoreira africana” na África de língua portuguesa. É uma árvore majestosa, encontrada da Serra Leoa à Tanzânia, que atinge 45 metros de altura e até 2,7 metros de diâmetro.
No Brasil, onde essa árvore não existe, diz-se que Iroko habita a gameleira branca, Ficus gomelleira ou Ficus doliaria (também chamada figueira-branca, guapoí, ibapoí, figueira-brava e gameleira-branca-de-purga). Nos terreiros, costuma-se manter uma dessas árvores como morada de Iroko, assinalada por um “ojá” (laço de pano branco) ao seu redor.
Iroko representa a ancestralidade, os nossos antepassados, pais, avós, bisavós, etc., representa também o seio da natureza, a morada dos Orixás.
Desrespeitar Iroko (a grande e suntuosa árvore) é o mesmo que desrespeitar a sua dinastia, os seus avós, o seu sangue… Iroko representa a história do Ilê (casa), assim como do seu povo… protegendo-o sempre das tempestades.
Ao contrário da maioria dos orixás, este não costuma “baixar” nas festas de santo. É reverenciado por meio de oferendas à árvore que o representa. Os animais a ele consagrados são a tartaruga e o papagaio.
Iroko é um Orixá pouco cultuado tanto no Brasil como em Portugal, e os seus filhos também são muito raros. Os seus filhos, no entanto, são sempre muito protegidos pelo seu Orixá.
Características dos filhos de Iroko
Os filhos de Iroko são tidos como eloquentes, ciumentos, camaradas, inteligentes, competentes, teimosos, turrões e generosos.
Gostam de diversão: dançar e cozinhar; comer e beber bem.
Apaixonam-se com facilidade e gostam de liderar.
Dotados de senso de justiça, são amigos queridos, mas também podem ser inimigos terríveis, no entanto, reconciliam-se facilmente.
Um defeito grande, é o facto de não conseguirem guardar segredos.
Iroko Kisselé; Eró Iroko issó, eró

OXAGUIAN

Oxaguian é um Oxalá jovem. Sempre de branco. Usa espada, escudo, polvarim e mão de pilão. Guerreiro, seu dia da semana é sexta-feira. Come cabra, e é o dono do inhame.

Seu lugar no Panteão dos Orixás
Oxaguian ou Oxaguiã: Divindade Yorubá, cultuado no Candomblé afro-brasileiro.
Segundo a mitologia Yorubá, o universo foi criado por Olorum. Os filhos de Olorum são os Orixás, que receberam cada qual atribuições e responsabilidades sobre a criação de seu Pai. O primeiro e mais velhos dos Orixás é Oxalá, a quem se credita a criação do Homem.
Oxaguian é apontado como o aspecto jovem de Oxalá, outras vezes é apontado como filho de Oxalufã, o qual é tido como o aspecto velho de Oxalá. Oxaguian, "o moço", na sua forma "guerreira" de Oxalá, carrega uma espada, cheio de vigor e nobreza.
Orixá do dinamismo e movimento construtivo, da cultura material. Seu domínio são as lutas diárias por sustento e trabalho e a paz. Oxaguian incentiva o trabalho e a superação. Oxaguian é o provedor, é o guerreiro da paz. Nunca entra numa batalha para perder, sempre ganhando suas lutas e superando quaisquer obstáculos.Na mitologia Yorubá, os Orixás associam-se a cidades ou regiões africanas, que seriam regidas ou favorecidas por seu respectivo Orixá. Seu templo principal é em Ejigbo, onde ostenta o título de Eléèjìgbó, ou Rei de Ejigbo.
É sempre retratado como um guerreiro forte, astuto e conquistador, Oxaguian rege as inovações, a busca pelo aprimoramento, o inconformismo. É um Orixá relacionado com o sustento do dia a dia, gostando de mesa farta. Seu sustento vem do fundo da terra ou da floresta. Ele detém todas as armas e as usa para alcançar seus objetivos, que são: dar para quem tem fome e até tomar de quem tem muito e não tem fome.
Sua comida favorita é o inhame. Sendo orixá das inovações e invenções, criou para si o pilão, de tal forma que pudesse saborear seu prato favorito. Daí inclusive deriva seu nome: Oxaguian significa literalmente “Orixá comedor de Inhame Pilado”.
Diz-se que enquanto Ogum fornece meios (ferramentas e armas) Oxaguian fornece inteligência e vontade para vencer. Representa o início de um movimento. Este orixá tem personalidade violenta e severa.
É com Oxaguian que se encerra o ciclo das festas de Oxalá com a festa do Pilão de Oxaguian (ojó odo)- o dia do pilão.
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OXALUFAN

Oxalufan

Oxalufon, ou Orìsà Olúfón, segundo relato de Pierre Verger, na África é velho e sábio, cujo templo é emIfon, pouco distante de Oxogbô. Seu culto permanece ainda relativamente bem preservado nessa cidade tranquila, que se caracteriza pela presença de numerosos templos, igrejas católicas e protestantes emesquitas que atraem, todas elas, aos domingos e sextas-feiras, grande número de fiéis de múltiplas formas de monoteísmos importados de outros países. Em contraste com essa afluência, o dia da semana yorubáconsagrado a Orìşànlá só interessa atualmente a pouca gente. Exatamente um pequeno núcleo de seissacerdotes, os Ìwèfà méfà (Aájè, Aáwa, Olpuwin, Gbògbò, Aláta e Ajíbódù) ligados ao culto de Orìşà Olúfón.
A cerimônia de saudações ao rei de dezesseis em dezesseis dias pelos Ìwèfà e pelos Olóyè chama a atenção pela calma, simplicidade e dignidade. O rei Olúfón espera sentado à porta do palácio reservada só para ele e que dá para o pátio. Ele está vestido com um pano e gorro brancos. Os Olóyè avançam, vestidos de tecido branco amarrado no ombro esquerdo, e seguram um grande cajado. Aproximam-se do rei, param diante dele, colocam o cajado no chão, tiram o gorro, ficam descalços, desatam o tecido amarram-no à cintura. Com o torso nu em sinal de respeito, ajoelham-se e prostram-se várias vezes, ritmando, com uma voz respeitosa, um pouco grave e abafada, uma série de votos de longa vida, de calma, felicidade, fecundidade para suas mulheres, de prosperidade e proteção contra os elementos adversos e contra as pessoas ruins. Tudo isso é expresso em uma linguagem enfeitada de provérbios e de fórmulas tradicionais. Em seguida osOlóyè e os Ìwèfà vão sentar-se de cada lado do rei, trocando saudações, cumprimentos e comentários sobre acontecimentos recentes que interessam à comunidade. A seguir, o rei manda servir-lhes alimentos, dos quais uma parte foi colocada diante do altar de Òsàlúfón, para uma refeição comunitária com o orixá.
ArquétipoSeus filhos parecem ter mais idade que possuem, pela entidade ser mais velha. São doces, calmos, andam e falam devagar, parecendo idosos. Sõa boas pessoas e sabem que alimentar ressentimentos só faz mal. Com seu jeito calmo, tentam e as vezes conquistam ro

ERE

Todo Òrísà está ligado a um ou vários Èsús assim como a um Ere.
A palavra Eré vem do yorubá iré que significa "brincadeira, divertimento".
Daí a expressão siré que significa “fazer brincadeiras”.
O Ere(não confundir com criança que em yorubá é omodé) aparece instantaneamente logo após o transe do Òrísà , ou seja, o Ere é o intermediário entre o iniciado e o Òrísà .
Durante o ritual de iniciação, o Ere é de suma importância pois, é o Ere que muitas das vezes trará as várias mensagens do Òrísà do recém-iniciado. O Ere na verdade é a inconsciência do novo omô-Òrísà , pois o Ere é o responsável por muita coisa e ritos passados durante o período de reclusão.
O Ere conhece todas as preocupações do iyawo, também, aí chamado de omô-tú ou “criança-nova”. O comportamento do iniciado em estado de “Ere” é mais influenciado por certos aspectos de sua personalidade, que pelo caráter rígido e convencional atribuído a seu Òrísà .
Após o ritual do orúko, ou seja, “nome de iyawo” segue-se um novo ritual, ou o reaprendizado das coisas.
Os vários nomes de Ere:Cada Ere traz um nome inspirado no arquétipo ou natureza do Òrísà ao qual está submetido, por exemplo:
“Foguete” ou “Trovãozinho” para Sàngó
“Ferreirinho” para Ogun
“Pingo de Ouro” para Osun e assim por diante.
Agora, esses nomes não serão os mesmos em cada iyawo. Cada Ere trará um nome que, será inspirado no arquétipo ou natureza do Òrísà a que está submetido.





ORISÀ

Òrísàs são elementos da natureza, cada Òrísà representa uma força da natureza.


Quando cultuamos nossos ,Òrísà cultuamos também as forças elementares oriundas da água, da terra, do ar, do fogo, etc. Essas forças em equilíbrio produzem uma enorme energia (asé), que nos auxilia em nosso dia a dia, ajudando para que nosso destino se torne cada vez mais favorável.
Sendo assim, quando dizemos que adoramos deuses, nós nos referimos a estarmos adorando as forças da natureza, forças essas pertencentes a criação do grande pai. Pai esse conhecido por nós como "Ólorun"ou Olodumaré (Deus supremo).
No Brasil, erroneamente, diz-se que Òsàlá é o pai maior. Na verdade, Òsàlá é um dos mais velhos, Orixá Fun Fun* (Nota: quando nos referirmos a Ifá/Iyami, a fim de não criar confusões, pedimos que visitem o nosso portal Matriz Afro para ter esclarecimentos mais abrangente e técnicos sobre a senhoridade e Cronologia) Òrísàála por ser sincretizado no Brasil com Jesus Cristo, é cultuado como "Òrísá maior", no Brasil o mais respeitado e o mais velho entre os Òrísàs.A grande maioria das nações africanas anterior a era cristã, conheciam a existência de Ólorun como grande criador, ser fundamental. Acreditamos que nosso Deus "é o todo". E o todo é a natureza e seus integrantes, (animais, vegetais, homens, planetas, etc.)
Nota: Olorun está acima da vaidade pessoal e de religiões que buscam sempre monopolizar o seu poder.
Nosso Deus jamais pune seus filhos tão pouco condena-os a fogueira eterna, também nunca os entregou ao seu maior inimigo (Satanás) após cometer erros divinos chamado de pecados eternos, nosso deus não destrói países e não aniquila civilizações de filhos amados por ciúmes quando não adorado, amado ou seguido...Como pai, jamais deixaria de perdoar meus filhos, tão pouco condenaria-os ao extermínio por erros que cometem ou possam cometer.
O verdadeiro pai perdoa, ensina, ama e protege seus filhos.
Portanto nosso deus é um pai mais perfeito que qualquer outro pai...nosso panteão nada mais é que a junção das energias de todo os elementos da natureza, cada elemento e força da natureza é por nós representado por um Òrísá...
Aprendemos a sentir e manipular essas energias individualmente através de cada ,Aprendemos a sentir e manipular essas energias individualmente através de cada Orixá, os seguidores iniciados(iyawos) sobre a influência de um Orixá, específico,detém mais energia do seu influente que os filhos de outros Orixás.
Exemplo: Os filhos de Ossain possuem mais energia voltada para as curas e plantas do que os filhos de Ogun que possuem por sua vez, detém mais energia voltado a armas, matais, trabalho, etc.
Em resumo, quase todos os Orixás tiveram uma curta passagem pelo nosso mundo, após fatos heróicos ou divinos, encantaram-se e retornaram ao Orun (céu), deixando para nós, segredos e ensinamentos, encurtando a ligação do material ao espiritual. Ligação essa, que nós preservamos e usamos não só para nós, mas também para as pessoas que nos procuram, mesmo sem ter ligações diretas com a religião os seguidores iniciados(iyawos) sobre a influência de um Òrísá, específico,detém mais energia do seu influente que os filhos de outros Òrísàs.
Exemplo: Os filhos de Ossain possuem mais energia voltada para as curas e plantas do que os filhos de Ogun que possuem por sua vez, detém mais energia voltado a armas, matais, trabalho, etc.
Em resumo, quase todos os Òrísás tiveram uma curta passagem pelo nosso mundo, após fatos heróicos ou divinos, encantaram-se e retornaram ao Orun (céu), deixando para nós, segredos e ensinamentos, encurtando a ligação do material ao espiritual. Ligação essa, que nós preservamos e usamos não só para nós, mas também para as pessoas que nos procuram, mesmo sem ter ligações diretas com a religião.
Em nossa religião, é fundamental a integração com a natureza, pois quanto maior o contato com a natureza, maior será seu desenvolvimento, sua energia, seu asé e, portanto, maior será o cordão (elo) de ligação com seu Òrísà aproximando mais de olorum(deus criador/construtor de todo o universo.
Finalizando: energia = natureza; natureza = Òrísà; Òrísà = poder.





ESÚ CAPA PRETA

Èsú Capa Preta


Mo júbà...

MUSIFIN VULGO EXU DA CAPA PRETA
Musifin ou Exu da Capa Preta, se trata de uma entidade que quando vida teve viveu com o titulo de Conde em uma época remota, mais antiga do que a própria antiguidade, algumas pesquisas relatam que pode ser encontrado parte da biografia desta entidade em uma antiga colônia, hoje denominada Pensilvânia.
Foi um Bruxo com profundos conhecimentos sobre os mistérios da Magia negra, da Alquimia, da quimbanda e dos poderes dos feitiços praticados com os elementos através da magologia.
Conseguiu transpassar a barreira do tempo de sua própria existência através da prática da Magia e hoje incorpora em um médio para dar consultas e resolver problemas espirituais utilizando o seu conhecimento milenar, sua magia e seu poder de Exu.
Quem recorre a esta poderosa entidade, para solucionar os seus problemas, seja ele de ordem física ou espiritual, jamais vivera em vão.





domingo, 18 de dezembro de 2011

TRANCA RUA DAS ALMAS

ESTE É O EXU TRANCA RUA DAS ALMAS.
MEU EXU TRABALHANDO.